Saturday, July 14, 2007

De volta a Zion, digo Provo, assim se procedeu ...

Comment vas tu? Aqui encontro-me novamente, ainda um tanto deslocado, sigo a colocar as pendências em dia e a tentar estabelecer uma rotina. Resta ainda um apertãozinho que vem e que vai, sem mais nem menos, neste dias que se passam. Há tantas coisas nas entrelinhas.

A viagem foi longa. Trago nas malas os sorrisos, os abraços, as palavras. Revisitar transforma. E são nas quase 10 horas de vôo que muito me vem a mente. Imagens tão nítidas aparecem do lado de fora da janela do avião.

Sigo a longa estrada que me leva onde hoje estou, uma viagem retrospectiva , e bifurcações nas quais não sei bem onde vão me levar. Sigo em frente, comigo mesmo, da minha forma. Penso na família, tão singela, dos tempos que já não voltam, na infância do bairro do Nova Michigan, dos jogos de vôlei na rua, de bola caindo na casa do vizinho. Lembro-me de pessoas cujos nomes me falham, mas no entanto, suas faces vezes me vêm a mente. Lembro-me das aulas e dos meus alunos do Yazigi, de momentos toscos de importância cuja, muitas vezes, não sabemos reconhecer.

Dormi durante quase todo o vôo. Acordava, já dormindo. O avião aterrizava no aeroporto international de Dallas/Forworth, aeroporto de proporções gigantescas, às 6 da manhã. E então me dei conta de que realmente havia chegado; fila para imigração, implicância com o meu I-20. Cheguei.

Durante as 4 horas de conexão para Salt Lake City, matava o tempo com iPod nas orelhas, músicas aleatórias e Carolyna, alternava o passar do tempo com com livro do Bernardinho e observava o fluxo de pessoas. Aviões partiam. Gente chegava. Crianças loiras brincavam. Abria. E fechava o livro.

Ao desembarcar no aeroporto de SLC, missionários partiam com os seus crachás e ternos pretos. Cheguei a Utah! Pensei e ri comigo mesmo.

Mas ainda me restava uma viagem em terra até Zion, digo Provo. Embora cansado, decidi pegar um ônibus convencional, embora não soubesse as linhas que me levassem pra Provo. Arrisquei. Seguindo a intuição e fazendo uso do dom da fala, finalmente cheguei ao centro de Salt Lake City. Ao longe pude ver o templo e o famoso tabernáculo Mormon. Contemplei por um momento e então peguei um trem que me levou até a cidade de Sandy. No caminho observava a movimentacão das pessoas, que as duas horas da tarde, enchia o trem de com pessoas de todos os tipos; típicos caucasianos, trabalhadores, hispânicos, estudantes, ciclistas, missionárias, punks e desvairados.

Desci no ponto final e peguei um ônibus que me levava a Provo. Sentei-me ao lado de uma senhora que carregava muitas sacolas, aparentemente simpática, essa senhora sorriu para mim e começou a falar descontroladamente sobre coisas muitas estranhas. Percebi que se tratava de uma senhora louca. Minha única saída era ou saltar do ônibus em movimento ou tentar ignorá-la. Mas ignorá-la não foi o bastante, e sem energia para saltar do ônibus, fiquei ali sentado a olhar pros lado, e ela continuou a falar e falar e falar, mas desta vez, sozinha. Eu voava longe.

Ao chegar em Provo, uma placa dizia,

“WELCOME TO PROVO”




Alugo um quarto. Room #15. Dois roomates dividem comigo o apartamento, um americano, Mike, e um jovem de Bangladesh, Ujal, cujo tio ganhara o prêmio nobel da paz. Ambos aparentam ser pessoas tranquilas. Trocamos algumas palavras e nada mais. O americano, 22 anos, vai se casar em agosto com uma garota de 19 a quem "namora" a apenas 3 semanas. Escolhem as alianças e o terno a ser usado, parecem mais amigos que qualquer outra coisa, não vejo abraços ou beijos. Assim é como as coisas acontecem em Utah.

Já em Provo, aprecio a temperatura amena desta primavera em Utah. Cores explodem nos inúmeros jardins, montanhas agora verdes, céu azul, e uma tranquilidade que impacienta.

Guardo na memória e em fotos danificas e perdidas a viagem ao Rio, 4 amigos se reencontram, Copacana, Pousada Girassol, Photoshoots, Travessa Angrense ...

Guardo na memória o cuidado e amor da dona Vilma, a quietude e o bom coração do pai, os sobrinhos a brincar e a brincar, a Tita que já não liga pra mim, o reencontro com pessoas que significam muito. Revisitar faz bem.


E assim foi.
29 de Maio de 2007

1 comment:

Alciel said...

visite meu blog
alciel.blogspot.com
tempo de alegria e de alforria. aposentei aquele blog antigo.

abraço